A Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi) é uma das primeiras instituições de ensino a focar em uma fatia interessante do mercado contábil: cursos preparatórios para o exame de suficiência do Conselho Federal de Contabilidade (CFC). Como a divulgação do retorno do exame ocorreu no segundo semestre de 2010, houve pouco tempo hábil para as instituições de ensino organizar suas agendas. Logo, quem contava com a tradição a seu favor saiu na frente.
No caso da Fipecafi, como o curso tem suporte na experiência de quase 40 anos dos programas de mestrado e de doutorado da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/USP), foi mais fácil estruturar os cronogramas. As aulas terão como foco a realização de exercícios simulados com base na teoria proposta pelo Programa pedido no Edital do Exame de Suficiência. O conteúdo programático inclui itens como contabilidade geral, custos, setor público, controladoria, noções de direito, matemática financeira e estatística, teoria da contabilidade, entre outros assuntos.
Destinado exclusivamente a bacharéis em Ciências Contábeis, o curso ocorre em São Paulo. Emitido pelo CFC, o Exame de Suficiência foi instituído pela Lei nº 12.249/2010, que alterou o artigo 12 do Decreto-Lei nº 9.295/46. De acordo com a nova redação, esse artigo estabelece que os profissionais contábeis somente poderão exercer a profissão mediante os seguintes requisitos: conclusão do curso de Bacharelado em Ciências Contábeis ou de Técnico em Contabilidade e aprovação em Exame de Suficiência e registro no Conselho Regional de Contabilidade (CRC). A prova do Exame de Suficiência emitida pelo CFC está prevista para ser aplicada no dia 27 de março de 2011. O professor Gerlando Lima, também coordenador do curso da Fipecafi, explica o que os contadores podem esperar da prova.
JC Contabilidade - Quais são os conteúdos principais a serem tratados no curso?
Gerlando Lima - A gente demorou um pouco por pensar como seria a prova e como fazer o melhor curso possível para os contadores, já que somos um dos únicos na atualidade. Buscamos os melhores professores de cada área, e montamos uma grande com 156 horas/aula. Nossos estudos se iniciam em fevereiro e terminam um dia antes da prova. O conteúdo vai desde a contabilidade geral, estatística, matemática, passando por custos, perícia e auditoria. Vamos deixar o português um pouco de lado e dar um foco maior em matemática financeira e estatística. Além disso, o módulo de normas de contabilidade terá muita ênfase nos CPCs. Acho que é o que mais está preocupando o pessoal. Também acredito que conteúdos de Teoria da Contabilidade sejam bastante pedidos. O CPC é a norma traduzida da legislação internacional, com interpretações. A gente acredita que, já que os CPCs são normas autorizadas pelo CFC para as empresas, tem vários que podem cair. O CFC não deve colocar provas com enfoque em uma área especifica: construção civil, agrícola etc. Deve ser mais genérico. Além disso, o Conselho avisou que somente irá cair normas publicadas até 90 dias antes da prova.
Contabilidade - Como está o mercado dos cursinhos preparatórios atualmente?
Lima - Apesar de o CFC ter lançado a prova no ano passado, o pessoal não se adiantou muito. A Fipecafi tem história na profissão contábil, e por isso, sempre saiu primeiro, está na frente. Mas para nós, foi uma surpresa não ter outras pessoas lançando cursos. Mas acredito que, na próxima edição do exame, essa média irá aumentar. A primeira prova de março será uma espécie de termômetro para os próximos anos. O pessoal vai poder perceber bem e se preparar melhor para o próximo.
Contabilidade - Quais são as principais dificuldades de quem prestar o exame?
Lima - Há pesquisas que dizem que as mudanças estão sendo tão rápidas que algumas universidades não estão conseguindo acompanhá-las. A dificuldade existe também para todos os contadores que trabalham na área fiscal e contábil. Aquele aluno que está assistindo a aulas no curso de Contabilidade está acompanhando a mudança.Uma das dificuldades é conseguir livros que reflitam as leis, as mudanças e a internacionalização. Isso deve ser o maior medo dos alunos, junto com estatística. Como a heterogeneidade nas universidades é muito grande, talvez não se tenha uma base muito boa em estatística ou direito. É preciso estar em conformidade com as mudanças.
Contabilidade - O que se espera das provas? Qual será o seu nível de dificuldade?
Lima - Isso é bem pessoal. Acredito que virá uma prova média, nem difícil nem fácil. Ela deve apresentar novidades (resoluções, normativas), o que acaba dificultando, e também vai apresentar o tradicional, que é sempre o fácil. Aqui na USP se percebe que os alunos estão muito preocupados em passar e estão estudando bastante.
Contabilidade - Em relação ao exame de suficiência para a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), acredita que os alunos terão nível de desempenho semelhante?
Lima - Esperamos que as faculdades consigam superar de 40% a 50%, mas esse é um valor totalmente teórico, das minhas expectativas. Se têm uma média um pouco baixa. Se a aprovação for acima da metade, é porque a educação estará muito boa. Se for entre 20%, é de acordo com o esperado. Mas se tiver um resultado muito baixo, há dois reflexos possíveis: ou a prova não está de acordo com que está sendo dado nas universidades e cursos técnicos, ou a educação não está muito boa para se fazer a prova.
No caso da Fipecafi, como o curso tem suporte na experiência de quase 40 anos dos programas de mestrado e de doutorado da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/USP), foi mais fácil estruturar os cronogramas. As aulas terão como foco a realização de exercícios simulados com base na teoria proposta pelo Programa pedido no Edital do Exame de Suficiência. O conteúdo programático inclui itens como contabilidade geral, custos, setor público, controladoria, noções de direito, matemática financeira e estatística, teoria da contabilidade, entre outros assuntos.
Destinado exclusivamente a bacharéis em Ciências Contábeis, o curso ocorre em São Paulo. Emitido pelo CFC, o Exame de Suficiência foi instituído pela Lei nº 12.249/2010, que alterou o artigo 12 do Decreto-Lei nº 9.295/46. De acordo com a nova redação, esse artigo estabelece que os profissionais contábeis somente poderão exercer a profissão mediante os seguintes requisitos: conclusão do curso de Bacharelado em Ciências Contábeis ou de Técnico em Contabilidade e aprovação em Exame de Suficiência e registro no Conselho Regional de Contabilidade (CRC). A prova do Exame de Suficiência emitida pelo CFC está prevista para ser aplicada no dia 27 de março de 2011. O professor Gerlando Lima, também coordenador do curso da Fipecafi, explica o que os contadores podem esperar da prova.
JC Contabilidade - Quais são os conteúdos principais a serem tratados no curso?
Gerlando Lima - A gente demorou um pouco por pensar como seria a prova e como fazer o melhor curso possível para os contadores, já que somos um dos únicos na atualidade. Buscamos os melhores professores de cada área, e montamos uma grande com 156 horas/aula. Nossos estudos se iniciam em fevereiro e terminam um dia antes da prova. O conteúdo vai desde a contabilidade geral, estatística, matemática, passando por custos, perícia e auditoria. Vamos deixar o português um pouco de lado e dar um foco maior em matemática financeira e estatística. Além disso, o módulo de normas de contabilidade terá muita ênfase nos CPCs. Acho que é o que mais está preocupando o pessoal. Também acredito que conteúdos de Teoria da Contabilidade sejam bastante pedidos. O CPC é a norma traduzida da legislação internacional, com interpretações. A gente acredita que, já que os CPCs são normas autorizadas pelo CFC para as empresas, tem vários que podem cair. O CFC não deve colocar provas com enfoque em uma área especifica: construção civil, agrícola etc. Deve ser mais genérico. Além disso, o Conselho avisou que somente irá cair normas publicadas até 90 dias antes da prova.
Contabilidade - Como está o mercado dos cursinhos preparatórios atualmente?
Lima - Apesar de o CFC ter lançado a prova no ano passado, o pessoal não se adiantou muito. A Fipecafi tem história na profissão contábil, e por isso, sempre saiu primeiro, está na frente. Mas para nós, foi uma surpresa não ter outras pessoas lançando cursos. Mas acredito que, na próxima edição do exame, essa média irá aumentar. A primeira prova de março será uma espécie de termômetro para os próximos anos. O pessoal vai poder perceber bem e se preparar melhor para o próximo.
Contabilidade - Quais são as principais dificuldades de quem prestar o exame?
Lima - Há pesquisas que dizem que as mudanças estão sendo tão rápidas que algumas universidades não estão conseguindo acompanhá-las. A dificuldade existe também para todos os contadores que trabalham na área fiscal e contábil. Aquele aluno que está assistindo a aulas no curso de Contabilidade está acompanhando a mudança.Uma das dificuldades é conseguir livros que reflitam as leis, as mudanças e a internacionalização. Isso deve ser o maior medo dos alunos, junto com estatística. Como a heterogeneidade nas universidades é muito grande, talvez não se tenha uma base muito boa em estatística ou direito. É preciso estar em conformidade com as mudanças.
Contabilidade - O que se espera das provas? Qual será o seu nível de dificuldade?
Lima - Isso é bem pessoal. Acredito que virá uma prova média, nem difícil nem fácil. Ela deve apresentar novidades (resoluções, normativas), o que acaba dificultando, e também vai apresentar o tradicional, que é sempre o fácil. Aqui na USP se percebe que os alunos estão muito preocupados em passar e estão estudando bastante.
Contabilidade - Em relação ao exame de suficiência para a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), acredita que os alunos terão nível de desempenho semelhante?
Lima - Esperamos que as faculdades consigam superar de 40% a 50%, mas esse é um valor totalmente teórico, das minhas expectativas. Se têm uma média um pouco baixa. Se a aprovação for acima da metade, é porque a educação estará muito boa. Se for entre 20%, é de acordo com o esperado. Mas se tiver um resultado muito baixo, há dois reflexos possíveis: ou a prova não está de acordo com que está sendo dado nas universidades e cursos técnicos, ou a educação não está muito boa para se fazer a prova.